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Carta 168Janeiro 2019

Comentário do gestor

Prezados Coinvestidores,

Em janeiro nossos Fundos de Ações, Vokin GBV Aconcágua e Vokin K2, tiveram resultados excelentes, com suas cotas subindo, respectivamente, 13,82% e 13,35%, num único mês.

Nosso Fundo Multimercado Vokin Everest também teve um mês excepcional, com sua cota subindo 2,46%, 453% do CDI do mês, de 0,54%. Considerando-se o custo de oportunidade do CDI, o Everest rendeu o equivalente a 4,5 meses; e os Fundos Aconcágua e K2 o equivalente a 24 meses (2 anos).

É claro que temos que lembrar do risco de se investir em ações. Os preços das ações oscilam, para cima e para baixo, mas mais do que olhar somente para os preços, temos sem-pre que olhar para as empresas e os negócios reais que elas representam. Comprar ações não é comprar papéis, como pensam alguns. Comprar ações é investir em empresas, é investir no crescimento do país, jun-to com empreendedores que estão buscando crescer e lucrar com seus investimentos.

Nosso trabalho é escolher bem com quem investimos.

Outro dado interessante é que 54% dos norte-americanos detém ações, direta ou indiretamente, através de seus fundos de pensão. No Brasil, a realidade ainda é diferente, seja pelo histórico de juros altos e consequente menor resultado das empresas, seja pela baixa poupança ou porque não há uma cultura de se investir em ações ou em fundos de pensão.

Em 2007, antes da crise de 2008, o total de investimentos em renda fixa no Brasil era de R$ 1,651 trilhão, e o total em ações era de R$ 362 bilhões, ou seja, ações representavam 22% do total investido em renda fixa. Hoje o total investido em renda fixa é de R$ 4,122 trilhões, e o total em ações é de R$ 421 bilhões, apenas 10,2% do total investido em Renda Fixa. Nestes últimos 12 anos, tivemos períodos de altas taxas de juros (que fizeram crescer o montante total investido em renda fixa) e um aumento da desconfiança em investir em ações, após as quedas fortes de 2008, sem falar dos problemas políticos e maus governos que nos levaram para uma grave recessão.

Hoje apenas 0,47% da alocação global de fundos de ações está em ações brasileiras. Este número era de 2,40% em 2009. Encolhemos 5 vezes neste período!

Acreditamos que estamos num momento em que todo este quadro pode ser revertido.

De um lado temos uma inflação sob controle e uma perspectiva de que as taxas de juros no Brasil vão continuar no patamar atual de 6,5% (o mais baixo da história recente), se é que não teremos novos cortes em 2019.

De outro lado, temos um governo que está interessado em resolver seu problema fiscal, começando pe-la reforma da previdência, e queren-do atrair investidores para o Brasil, o que é excelente para a economia voltar a crescer.

A questão fiscal é prioritária, eis que tivemos déficit fiscal nos últimos cinco anos, e isto é insustentável no longo prazo. Como dizia Ronald Reagan, “O governo é um bebê: um canal alimentar com um grande apetite numa ponta e nenhum senso de responsabilidade na outra.” Acreditamos que este novo governo tenha consciência disto e de que é preciso que se aumente a responsabilidade nos gastos públicos. Se isto ocorrer, gradativamente haverá aumento da confiança na economia brasileira, atraindo-se cada vez mais investidores.

No Brasil, são poucos os que seguiram investindo em ações nos difíceis últimos anos. O resultado de janeiro é uma pequena recompensa para quem persistiu. Nós investimos sem-pre pensando no longo prazo. Esperamos que o tempo nos ajude e que, no longo prazo, estejamos certos.

Henry Ford dizia: Há mais pessoas que desistiram do que pessoas que fracassaram. Vamos em frente!

Muito obrigado pela confiança e por estarem juntos conosco!

Economia

Um shutdown na hora certa?

No dia 22 de dezembro de 2018 teve início, nos EUA, um evento importante, tanto do ponto de vista político quanto econômico, conhecido como “shutdown” e que durou até o último 25 de janeiro. Durante esses 35 dias, diversas atividades do Governo Federal foram paralisadas ou operaram parcialmente, afetando a prestação de serviços como emissão de passaporte e funcionamento dos aeroportos, fechamento de alguns parques, museus e galerias de arte, coleta de lixos, concessão de bolsas para estudantes dentre diversos outros itens. O ocorrido pode parecer inusitado em um primeiro momento, mas revela a diferença de funcionamento do orçamento nos EUA do que estamos acostumados no Brasil, a começar pela data de vigência do mesmo, que vai de 01 de outubro até 30 de setembro do ano seguinte. Lá, como aqui, o executivo envia uma proposta de orçamento a ser aprovada pelo Legislativo (Câmara e Senado) mas, quando não há acordo para aprovação do orçamento até a data limite, temos uma diferença marcante. Nesse cenário, por lá, o Governo Federal fica sem recursos para continuar a pagar empregados e fornecedores das agências que prestam esses serviços e diversas atividades ficam suspensas até que seja possível entrar em um acordo. Já no Brasil é diferente, na ausência de aprovação do orçamento, passa a valer a regra de liberação automática de 1/12 do total previsto, e nenhuma repartição pública deixa de funcionar. O Governo não passa por desgaste político e ninguém fica sem receber seu salário. Para evitar o caos, a legislação americana oferece como alternativa os CR – Continuous Resolutions, um instrumento que deve ser aprovado pelo Congresso e representa uma liberação temporária de recursos para uma determinada agência federal funcionar até que se tenha realmente um consenso na aprovação do orçamento final. E foi exatamente isso que ocorreu de 01 de outubro até então. O Congresso aprovou o CR para algumas agências federais enquanto que outras tiveram que paralisar os serviços por falta de dinheiro. Divergências políticas que resultam em um shutdown não são novidade nos EUA, tendo ocorrido em outros momentos. Duas paralizações, em especial, chamam a atenção pela dimensão com que atingiram a estrutura de serviços, com cerca de 800 mil empregados colocados em licença sem direito a receberem salário. A primeira foi a paralização de novembro de 1995, no Governo Clinton, com duração de 5 dias e, depois, a de 2013, no Governo Obama que durou 16 dias e teve um impacto de 0,3 ponto percentual no PIB do 4º trimestre daquele ano. Já o shutdown atual, o segundo na gestão Trump, não teve a dimensão em termos de número de empregados atingidos, mas foi o que mais tempo durou, gerando um impacto econômico importante ao mesmo tempo que contribuiu para desgastar a imagem do Governo. O motivo de discordância entre Republicanos e Democratas é a liberação de recursos para a construção do muro na fronteira com o México, avaliado em US$ 5,7 bilhões, e colocado pelo Governo como condição determinante para aprovação do orçamento. Não é para menos, as eleições presidenciais serão no ano que vem e o Governo precisa entregar o que prometeu em campanha. A despeito das discussões técnicas que apontam para a ineficiência de tal obra, o fato é que o custo do shutdown, estimado pela CBO – Congressional Budget Office (instituição pública suprapartidária responsável pelas análises de política fiscal), já superou o valor previsto para gastar na construção do muro e atingiu os US$ 9 bilhões. Esse custo foi medido em termos de geração de PIB e está relacionado tanto à taxa de crescimento do 4º trimestre, que deve vir cerca de 0,1 ponto percentual menor, quanto o resultado do 1º trimestre de 2019 com outros 0,2 pontos percentuais a menos. Vale destacar que, além do impacto negativo sobre o PIB, também devemos observar ligeiro movimento na taxa de desemprego para cima nesse período. Estivéssemos em outro momento econômico, o estrago no mercado financeiro e na economia teriam sido maiores. Mas, ao que parece, o shutdown pode ter vindo em boa hora, contribuindo para reduzir os gastos públicos e segurar um pouco a atividade econômica em um cenário com taxas de desemprego nas mínimas históricas e inflação flertando, há tempos, ao redor dos 2% ao ano, patamar considerado limite por parte do Banco Central. Essa novela ainda não terminou. No dia 15 de fevereiro vencem as CR concedidas anteriormente e que resultaram no fim do shutdown no dia 25 de janeiro. Se não tivermos um acordo no orçamento, teremos nova paralização. Por enquanto, esse movimento não será capaz de prejudicar a trajetória de médio prazo da economia, mas também não dá para abusar da sorte. Melhor entrar logo em acordo em relação ao orçamento.

Vokin GBV Aconcágua

Comentários dos Gestores

O mês de janeiro de 2019 foi o melhor mês da história do Vokin GBV Aconcágua desde sua transformação em fundo, no ano de 2012. O rendimento no mês foi de 13,82%, contra um Ibovespa que rendeu 10,81%.

O excelente resultado é atribuído às perspectivas positivas para aprovação de reformas importantes para a economia brasileira em 2019, conforme já havíamos comentado na carta anterior. O mercado está cada vez mais convencido de que essas reformas, principalmente a da previdência, devem ser aprovadas nas duas casas legislativas em meados do ano. Esse vento positivo beneficiou todas nossas ações, especialmente Via Varejo e Alupar, que representaram pouco mais de 30% da alta do mês.

A Via Varejo é uma em empresa que vem passando por problemas operacionais difíceis, como a integração de suas operações online e offline, uma troca recente de presidente, e a venda de parte de suas ações pelo seu grupo controlador que busca se desfazer do ativo. Todos esses motivos pesaram ao longo do ano passado sobre suas ações, especialmente no segundo semestre, quando os papéis da empresa caíram mais – e quando decidimos montar posição. Apesar dos grandes desafios que se apresentam, acreditamos que a Via Varejo havia sido penalizada demasiadamente, pois fizemos várias simulações de cenários com quedas em seus resultados operacionais e ainda assim encontrávamos valor nos seus fluxos de caixa.

A Alupar é outro case de grande convicção nossa, que está na carteira há tempo, e hoje já se tornou a maior posição do fundo. Gostamos principalmente de sua disciplina de capital, que permite que apenas os melhores projetos sejam selecionados, e não se aumente a empresa apenas para beneficiar seus administradores, um conflito de agência muito comum no mercado, que é minorado por essa visão de dono que há na Alupar. Outro fator importante é o conhecimento técnico acima da média em engenharia, que permite que atrasos e estouros de obras sejam muito menos frequentes e, em muitos casos, se ganhe acima do orçado inicialmente nos projetos. Acreditamos que esses valores, aos poucos, vão sendo reconhecidos pelo mercado.

Além disso, adicionamos uma posição em Vale após a queda de 23% de suas ações no final de janeiro.

Apesar da triste situação e das consequências para a empresa, acreditamos que a perda no valor das ações foi acima do justificado pela diminuição de lucro que será ocasionada por multas e paralização de algumas minas em operação.

Acreditamos que os próximos meses ainda terão forte influência da tramitação dos projetos do governo no congresso. Apesar de não sabermos como todo esse processo se desenrolará, estamos otimistas com seu resultado final e o impacto que isso terá sobre a economia brasileira e nossas empresas

Vokin K2 Long Biased FIA

Comentários dos Gestores

Em janeiro, estes foram os principais fatos ou comunicados ao mercado das empresas dos Fundos:

CELESC: informou ao mercado os impactos do seu Plano de Demissão Incentivada, proposto aos funcionários na metade do ano passado. Os desligamentos previstos são de 7% do quadro efetivo atual, gerando uma economia de aproximadamente R$ 192 milhões para os próximos cinco anos.

MINERVA: realizou uma permuta junto à Marfrig em que recebe a planta localizada em Paranatinga e cede a planta de Várzea Grande. O referido acordo está sujeito à aprovação do CADE.

TECNISA: informou duas movimentações relevantes em sua composição acionária. A VKN Administração de Recursos Ltda. atingiu a posição de 5,03% do total das ações ordinárias emitidas. Além disso, a Cyrela reduziu sua participação para percentual inferior a 7,5% do capital social total. 

BRF: teve a planta de Lajeado impedida de exportar à Arábia Saudita após restrições técnicas impostas pelo país árabe ao setor de carnes brasileiro. A Companhia já iniciou os ajustes necessários em sua cadeia produtiva e estima que, em no máximo 3 meses, retomará o mesmo patamar de embarques para a Arábia Saudita verificado antes deste comunicado.

ALPARGATAS: anunciou a venda dos seus ativos relacionados ao negócio de botas profissionais Sete Léguas pelo valor de R$ 5,097 milhões.

Vokin Everest FIC FIM

Comentários dos Gestores

O ano se iniciou com um movimento bastante favorável para os ativos de risco o que, de certa forma, se contrapôs com as preocupações do cenário adverso observado em dezembro. Ainda que se possa querer associar o bom desempenho da bolsa, câmbio e juros no país com o início do novo governo, tivemos poucas notícias concretas por parte do executivo federal que, inclusive, apresenta algumas falhas de comunicação por parte de seus membros e segue com o imbróglio envolvendo o senador Flávio Bolsonaro. Pelo lado da atividade, os números permanecem bastante fracos, o que, aliado ao comportamento benigno da inflação, posterga ainda mais a eventual necessidade de elevação da Selic. Resta ainda saber se (ou quando) a forte elevação nos índices de confiança irão se traduzir em crescimento.

Os fatos mais relevantes no mês foram os discursos do presidente do Banco Central norte-americano, assim como de outros diretores da instituição, sinalizando um tom muito mais ameno sobre a perspectiva de elevações dos juros, que deverão ficar apenas para a metade do ano. Esse posicionamento acabou gerando uma alta bastante forte em diversas bolsas no mundo, também com alguns impactos positivos de novas rodadas de estímulos do governo Chinês sobre a economia. Com relação aos principais indicadores locais, o mês encerrou com forte alta na bolsa (Ibovespa com +10,82%), dólar em queda contra o real (-5,75% no mês) e queda nas taxas de juros reais (levando à alta de 4,37% no IMA-B).

Dentro desse contexto positivo, o fundo Everest obteve excelente desempenho no mês, alta de 2,46% ante 0,54% do CDI. Analisando uma janela de prazo mais curto, como a dos últimos seis meses, o fundo acumula resultado de 125% do CDI, mesmo considerando os dois últimos meses de 2018, que foram bastante desfavoráveis.

Os melhores resultados vieram dos fundos com maior exposição à bolsa, principalmente os fundos GBV Aconcágua (+13,82% no mês), Exploritas Alpha (+7,01%) e Apex Infinity 8 (6,91%). Além disso, diversos fundos multimercados macro que estão na carteira também possuíam posições com viés favorável para Brasil, seja via bolsa, câmbio, ou juros, e tiveram importante contribuição positiva para o resultado mensal. Os menores resultados vieram dos fundos Quest Total Return (+0,52% no mês), Quantitas Arbitragem (+0,57%) e Kadima High Vol (+0,73%), sendo que nenhum contribuiu negativamente para o resultado.

Em janeiro, foram feitos dois aumentos de alocação com objetivo de ampliar marginalmente a participação em fundos que contribuem para compor uma diversificação no resultado e que possuíam tamanho relativamente pequeno na carteira: Exploritas Alpha e Quest Total Return. Cabe destacar que mais da metade das estratégias em que alocamos atualmente estão fechadas para novas aplicações.

A grande maioria dos gestores mantém viés otimista com o cenário interno, mas com uma certa cautela sobre o ambiente internacional, o que tem feito com que as maiores exposições novamente estejam se concentrando em ativos no mercado local. Acreditamos que esta pausa no ciclo de aumento de juros nos países desenvolvidos continue favorecendo os países emergentes no curto prazo e que, no Brasil, deverá encontrar um movimento ainda mais favorável caso a agenda econômica do novo governo comece a avançar de fato.

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